sexta-feira, 29 de agosto de 2014

- resiliçao -

 



peço desculpas por ser branco.

se fosse pra agradar a mim,
aquilo que entendi do meu ser influenciado pelo meio,
se a raça enquanto corpo de existencia fosse coisa de escolher,
eu seria japa, chines, coreano,
mesmo que de antemao me vissem como nerd,
escravo ou comunista.

se fosse pra ser outro homem,
algum que fosse digno de seus imediatos
beneficios e privilegios
consagrados pelo meio,
seria algum que tivesse uma familia grande,
de uma sociedade em que se pudesse viver pela alma,
sobre o qual nao houvesse tantas pretensoes implicitas,
tanta expectativa,
seria inuit.

se fosse pra ser mulher,
alguma que fosse livre, maternal e amada,
seria quichua.

se fosse pra ter uma cor na cara,
alguma que dissesse sobre mim,
e numa sociedade que visse cores em vez de poderes,
seria verde,
mas faria tatoos com azul..

se fosse pra ser bicho,
algum que nao estivesse em risco de extinçao,
seria um nao catalogado,
teria evitado homens de qualquer tipo.

se fosse pra pensar em privilegio,
bastaria ser humano.
se fosse pra pensar em raça,
bastaria humildade.
se fosse pra pensar em diferença,
bastaria empatia.
se fosse pra pensar em beleza,
bastaria ter alma.
se fosse pra pensar em poder,
bastaria ter feh.



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

peremptorio





as estrelas nao sao o espaço
subir no telhado nao imbrica perspectivas
gramar inveja nao preserva o verde
plantar arvores nao poda linguas


escrever nao explica semelhanças
expectativas nao agradam valores
o medo nao resume a cegueira
epitafios nao exumam virtudes


acreditar nao sugere feh
desviar nao eh caminho
ter pai nao faz crescer
comer nao sustenta sonhos


amar nao eh vitoria
apelo nao eh prazer
coser nao cozinha
respirar nao chega








terça-feira, 26 de agosto de 2014

- canalha, senhor!. -






a graça em mim nao convence, 
nao ha evidencia de vitoria,
cresço sob uma casca vil, desdenhada.

nao me ofende o julgamento,
nao defendo o meu nome!,
mas ha dignidade que devo esperar?

sou previsto, sem novidade,
salvo por milagre invisivel,
sem credito - intimo demais!.

o trabalho dignifica?
depois de quanta conveniencia,
escravizado a que, por quanto dinheiro?

eh soh minha a certeza, 
e ela nao brilha,
nao desdiz rotulos antigos,
nao impede os novos.







quarta-feira, 20 de agosto de 2014

- terça -





diz que leu.

diz que entendeu.

abandona o que voce enxerga,

anda por aquilo que voce nao ve..


senti o desespero de quem se perde numa floresta..

se estivesse com voce, nao pense que eu seria aquele que diz,

"por aqui." - como se dando uma ordem!.

talvez eu dissesse,

"pra que lado fica o norte?" - com alguma humildade social de quem incentiva a cooperaçao..


sei lah, "to divagando".


serah que a gente brigaria perdidos numa floresta?

desconfio que o amor eh uma ponte de luz,

mas o chao eh invisivel pra quem sobe!.



beleza, fica na paz..







segunda-feira, 18 de agosto de 2014

- terso -



planta, senhor, a feh perfeita
neste coraçao intoxicado pelo mundo

planta, senhor, nesta terra rasa,
neste vale de tormentas e sequidao

planta, senhor, incendeia a minha sarça,
destroi o meu egito


rega com o teu espirito
a minha semente constrangida

rega com a tua vontade
o meu brio torpe

rega de manha e aa noite
pela incerteza do meu solo


protege dos ventos que gritam
as folhas que calo

protege do engano rochoso
as raizes em que me agarro

protege do sol e do frio
a haste timida, o botao sem cor




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

aa mulher justa.












de sorriso a ruga da sua maturidade.





- a profecia "que eu fizesse"..







quarta-feira, 13 de agosto de 2014





... pra mim, se com voce, em qualquer tempo..





zagros.

nizamettin aric







quarta-feira, 6 de agosto de 2014

"alma social" - animismo




acabo de perceber que minhas angustias,
mistura sinistra de quimicas corporais
mais as “repetições” do ego no meu espirito,
me acusam de adulto desconstruido,
sem forma..





quem o senhor farah de mim?






pela alma
o mundo eh dolorosamente pequeno,
sobreviver eh uma missao solitaria
e a oposiçao começa em mim..




ol doinyo lengai


shir lamaalot