sexta-feira, 29 de agosto de 2014

- resiliçao -

 



peço desculpas por ser branco.

se fosse pra agradar a mim,
aquilo que entendi do meu ser influenciado pelo meio,
se a raça enquanto corpo de existencia fosse coisa de escolher,
eu seria japa, chines, coreano,
mesmo que de antemao me vissem como nerd,
escravo ou comunista.

se fosse pra ser outro homem,
algum que fosse digno de seus imediatos
beneficios e privilegios
consagrados pelo meio,
seria algum que tivesse uma familia grande,
de uma sociedade em que se pudesse viver pela alma,
sobre o qual nao houvesse tantas pretensoes implicitas,
tanta expectativa,
seria inuit.

se fosse pra ser mulher,
alguma que fosse livre, maternal e amada,
seria quichua.

se fosse pra ter uma cor na cara,
alguma que dissesse sobre mim,
e numa sociedade que visse cores em vez de poderes,
seria verde,
mas faria tatoos com azul..

se fosse pra ser bicho,
algum que nao estivesse em risco de extinçao,
seria um nao catalogado,
teria evitado homens de qualquer tipo.

se fosse pra pensar em privilegio,
bastaria ser humano.
se fosse pra pensar em raça,
bastaria humildade.
se fosse pra pensar em diferença,
bastaria empatia.
se fosse pra pensar em beleza,
bastaria ter alma.
se fosse pra pensar em poder,
bastaria ter feh.



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